A Fúria Feminina!

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TPMídia ON RADIO #11

Nesta última edição do TPMídia você confere: a falta de infra-estrutura dos transportes públicos, aulas como redução de pena para presidiários, a careca do Uchôa confundindo Bonner e a tentativa de inserir humor no jornalismo tradicional. E no De Volta para o Futuro fizemos o perfil de Marilyn Monroe e Amy Winehouse!


Rehab termina com Some Unholy War

É isso, desde sábado, dia 23 de julho, os cadernos de cultura e as páginas principais de jornais e sites estamparam o nome de Amy Winehouse. A cantora, que já foi taxada de tantos nomes diferentes, nem está mais aqui para brigar ou levantar polêmica com ninguém.

E foi assim que terminou: sozinha, ela deixou a polêmica para a mídia que sempre fez sua vida um espetáculo… e que agora faz a morte também.

A morte rende muita matéria, principalmente das “celebridades” que ACABAM – literalmente – com a vida contada e recontada, especulações sem fim e perguntas que podem ou não encontrar respostas naqueles que ficam.

Antes desse sábado, qualquer um que ouvisse aquela voz rouca dizendo ‘no, no, no’ chegaria ao nome de Winehouse como uma moça jovem, dependente de drogas e álcool, sem nenhum vínculo familiar forte e com alguns relacionamentos amorosos bem mal-sucedidos. Além dos escândalos, é claro.

Agora, os editores reviraram a história de Amy e aproveitaram o momento. Arrisco até afirmar que alguns dizem “até que enfim morre uma celebridade!”, porque isso dá assunto. Quem acompanhou os meios de comunicação viu reportagem na TV, várias matérias todos os dias na Folha e no Estadão e muitas fofocas nos portais e revistas de famosos.

Quanto a abordagem, é bem difícil não sentir o tom de fofoca nas notícias, pois a vida de Winehouse sempre foi estereotipada. O site da folha de São Paulo faz manchete sobre o ex-marido e ex-presidiário, Blake Fielder-Civil. “Minhas lágrimas nunca vão secar” é a chamada que poderia muito bem virar algum verso das letras de Amy…

“Todo mundo que me conhecia e conhecia Amy sabia o tamanho do nosso amor. Eu nunca mais vou sentir o amor que senti por ela” ex-marido, Blake Fielder-Civil

Já no blog Arquivo do Estadão, o assunto rendeu uma mostra dos jornais impressos digitalizados com matérias feitas sobre Amy durante boa parte da carreira. Os estereótipos que marcaram a cantora ficam bem claros, mas é uma forma interessante de ver as diferentes visões do veículo em cada reportagem diferente e em épocas diferentes.

Arquivo Estadão 07.07.2008
Arquivo Estadão 09.01.2011

Todo o espetáculo feito em torno da morte de Amy imortaliza definitivamente a vida – mesmo que curta – da cantora. (Como aconteceu com Cazuza, Renato Russo etc etc etc). A dependência química dá margem para a sociedade apontar que são ÍDOLOS DE MAUS EXEMPLOS. Arrisco responder que a mídia é responsável pela fama desses ídolos, durante a vida, quando expõe a intimidade e depois da morte, nos “aplausos” finais.

O taxista e a farmacêutica que aparecem “chorando a morte de seu ‘anjo’” como colocou um jornal nos últimos dias, deveriam contar como foi a infância de Amy e supor que isso tenha algo a ver com os problemas que teve na idade adulta. No entanto, Mitch Winehouse se tornou o “inspirador do talento da filha”.

Mitch Winehouse (à esquerda), pai da cantora, o irmão Alex, o namorado Reg Traviss e Janis, mãe da cantora

Como no post anterior, vale repetir, agora em homenagem: O cabelo estilo anos 80, a maquiagem de olhos pretos bem marcados, o piercing e as tatuagens. Amy foi uma mulher que colocou para fora um interior com qualidades e defeitos que fazem contraste com seu talento musical.

Rehab termina com Unholy War porque Winehouse tinha um mundo próprio em si, viveu intensamente seus erros, paixões e acertos. Toda a guerra ao seu redor foi construída com o julgamento feito pela sociedade: na própria família, em valores padronizados e mais tarde até mesmo nos fãs.

A guerra esteve nela, que seria fiel, todo tempo: Winehouse que transpôs sua vida em músicas.

In memorian, ficamos Ouvindo no Talo!  versão inédita de Some Unholy War  com Amy Winheouse!!!

Lilian Figueiredo

Juliana Baptista


… But I said ‘no, no, no’…

Amy Jade Winehouse

Esse é o hit da cantora que por muito tempo foi sinônimo de polêmica. Essa música fez tanto sucesso porque durante a maior parte da carreira foi a cara dela: Amy Winehouse.

A bonita nasceu no subúrbio de Londres, numa família judia. O pai, Mitchell Winehouse era motorista de táxi e a mãe, Janis, farmacêutica.

Amy não esconde da imprensa que cresceu em uma família com muitos problemas e que isso influenciou em sua vida contribuindo para o consumo de drogas e sua rebeldia na adolescência.

Compositora das próprias músicas, a cantora deixa transparecer em algumas letras episódios da sua vida como o sofrimento de sua mãe quando foi traída pelo pai.

“…and I question myself again: what is it ‘bout men?”

No inicio da carreira, Amy teve algumas bandas menores, amadoras e as pessoas com quem convivia achavam a moça tímida e com pouco talento. Depois de passar pelos pubs em Londres cantando soul, jazz e blues, foi encontrada por um produtor da Island Records onde logo lançou o álbum de estréia: Frank.

Em 2003, com apenas 20 anos, todas as músicas eram de Amy e tinham forte influência do jazz. Muito bem recebido pela crítica, Winehouse teve a voz comparada (positivamente) com outras grandes vozes do jazz.

Amy: Cabelo inspirado nos anos 80 e 6 tatuagens pelo corpo

Mas parece que a combinação da adolescência rebelde de Amy com o sucesso fez com que a marca da cantora deixasse de ser a música e passasse aos escândalos.

Em janeiro de 2008, um jornal inglês divulgou no site um vídeo da cantora usando drogas, resultado… internada! Por causa disso, Amy deixou de cantar na 50ª edição do Grammy no EUA. O visto foi negado e pediram que ela fizesse apenas uma perfomance na Inglaterra mesmo, sem interromper os tratamentos.

Amy bate no fotógrafo que estava de plantão em frente ao seu apartamento em 2008

Entre outros bafões, Winehouse já foi presa duas vezes e se tornou conhecida por estar bêbada nos seus shows, além de ser agressiva com a imprensa e com qualquer um que tente obrigá-la a se tratar!

Sem muita sorte no amor também, o primeiro marido da nossa “amada barraqueira”, Blake Fielder-Civil também foi preso e rendeu altas fotos de barracos no tribunal para a imprensa inglesa e mundial. Como diz em sua música “Love Is A Losing Game”, Amy parecia estar desanimando com o amor…

O segundo álbum foi Back to Black (2006), também de sucesso e com composições próprias. Já se aproximava uma nova fase na vida de Amy, como todos os seus fãs esperavam. A cantora chegou a ter sérios problemas de saúde e depois da última temporada de 8 meses em um espaço de reabilitação no Caribe, todos parecem estar mais esperançosos até mesmo com a aparência dessa menina autentica…

Alguns já falam que Amy está ganhando peso, com aspecto mais saudável e livre da bebida e das drogas. Até mesmo no amor a coisa está mais séria no relacionamento com o diretor de cinema Reg Travis. O comentário do momento é de que a cantora tem o desejo de ser mãe e, com sua melhora física, isso começa a se tornar mais próximo e possível.

A gente se recupera junto com a Amy, acreditando que “Tears dry on their own” como ela mesma compôs no sucesso do álbum Back to Black:

Nós ficamos aqui, curtindo os passeios de Amy pelo Brasil, as trapalhadas dela no palco, aqueles olhos carregados no delineador e aquela boca vermelha.

E o mais importante, Ouvindo no Talo! Com Amy Winehouse!!!

Lilian Figueiredo

Juliana Santa Rosa