A Fúria Feminina!

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Osama: motivo de “rebuliço” na mídia

23h52. Horário em que foi anunciada a morte do terrorista Osama Bin Laden pela imprensa norte-americana, no domingo, dia primeiro de maio. Sim, primeiro de maio. Data em que é comemorado o Dia Mundial do Trabalho. E pelo visto, as Forças Armadas Estadunidenses quiseram fazer jus à data, matando o homem mais procurado pelo país nos últimos 10 anos.

Pelo menos isso é o que diz Barack Obama. Atual presidente dos EUA que foi “assassinado” pela Fox, quando a emissora anunciou a morte do terrorista: “Reports: OBAMA Bin Laden Dead”. Quiseram realmente matar o presidente americano? Não… Foi puramente um erro de digitação, então? Também não diria isso… Sim, houve erro de digitação (obviamente), mas seria um erro absurdamente grotesco a deixar passar em branco…

Se não houvesse um motivo tão justificável para isso: o furo de notícia. Aí entramos naquele velho dilema do jornalismo atual: qualidade de informação VS. Velocidade de informação. O que tem mais valor? Um fato noticiado no momento em que ele acontece, mas sem uma apuração mais completa, ou um fato noticiado algum tempo depois do ocorrido, mas com informações mais concretas e confiáveis? Eis a questão… De qualquer maneira, a “sede” por notícias quentes ainda é muito grande entre os veículos de comunicação. Isso explica alguns pequenos (ou grandes) erros, como esse cometido pela Fox, e a ausência de publicação de um conteúdo mais denso.

Pensemos a respeito de mais alguns pontos de observação. O casamento “real” aconteceu no dia anterior (um sábado), e a lua-de-mel do casal William e Kate aconteceria logo após o fim de semana. Entretanto, o casal adiou a viagem. De acordo com o diário inglês The Daily Telegraph, a lua-de-mel seria na Jordânia (nada confirmado), e esse adiamento teria acontecido devido à “agitação contínua no Médio Oriente”. Se esse foi o real motivo da decisão tomada pelo casal “real”, não se sabe. Mas o que se pode ter quase certeza é que a cobertura midiática dos pombinhos seria bastante ofuscada pelo caso “Osama”. Fica aí então algo a se pensar…

Curiosidade número dois: A cantora Lady Gaga tinha marcado a estreia para o clipe de seu novo single “Judas” para o dia 5 deste mês (quinta-feira). Mas como sempre, a cantora havia resolvido antecipar a estreia para o dia primeiro (domingo). Porém, contudo, entretanto, todavia, a cantora mudou de ideia e “jogou” a data de lançamento para o dia 5 novamente. Motivo? Também não se pode afirmar nada, mas o que se pode afirmar é que novamente, o caso “Osama” ofuscaria (e muito) a repercussão da estreia de Judas na mídia. Fica aí uma reflexão sobre o poder da mídia de interferir na ordem dos acontecimentos (sejam eles relevantes, ou não).


Helena S. Sylvestre


Enfim, casados…

Nessas últimas semanas escrevemos alguns posts analisando a cobertura da imprensa sobre o Casamento Real, acontecido na última sexta-feira, dia 29 de abril de 2011. O príncipe William e a plebéia Kate Middleton se tornaram o novo casal real da Inglaterra.

Como vocês estiveram conosco nesses posts, achei justo escrever uma última matéria para mostrar o desfecho da cobertura e o início desse verdadeiro conto de fadas da vida real. Nesse post vou me permitir postar minha opinião sobre o casamento e sua relevância na mídia.

Na manhã da última sexta-feira, dia 29 de abril de 2011 (uma data memorável), mais de um bilhão de pessoas assistiram à união de William e Kate, o mais novo casal real. Milhares de pessoas assistiram diretamente das ruas de Londres, presenciando a passagem das carruagens, o trajeto da realeza, os caminhos da nobreza, a chegada do príncipe e noivo e a tão aguardada cena da noiva e seu vestido de sonhos. Outras milhares só acompanharam o evento pela transmissão via Internet, televisão ou rádio, mas com a tecnologia utilizada nessa transmissão as sensações foram similares.

 

No Brasil, a Rede Globo começou sua transmissão às 7 horas da manhã da sexta-feira, interrompendo toda a sua programação (e olha que para a Globo interromper a programação eles acreditavam muito na grande audiência do evento. E não erraram) e o canal GNT, também afiliado aos canais GloboSat transmitiu desde as 6 horas da manhã (o GNT fez um especial durante toda a semana sobre a Família Real britânica para contextualizar os telespectadores).

Confesso que assisti à transmissão pelo GNT com os comentários de Julia Petit, Lilian Pacce, Astrid Fontenele e um professor de história contemporânea responsável por inserir esse evento numa contextualização histórica da monarquia (não me recordo seu nome). Gostei da forma como comentaram e colocaram as questões reais. Por mais que algumas pessoas insistam em achar perda de tempo assistir a uma transmissão com essa, eu acho que é uma obrigação jornalística produzir esse tipo de cobertura. Um evento como esse marca época e vai ser relembrado por centenas de vezes, não somente pelos britânicos, mas por todo o mundo.

Aliás, considero que uma cobertura desse tipo esteja além de um simples factual que atenda ao desejo de espectadores de se sentirem presentes no evento, mas está incluída num catálogo de Jornalismo Cultural, se considerarmos que mostra a cultura e os costumes da realeza mais consolidada e famosa nos dias de hoje: a britânica.

Confesso-me apaixonada e encantada pelas histórias da realeza, não somente a britânica, mas de qualquer outra nação que ainda a preserve. Mas atente para o detalhe de que simpatizar com os costumes e histórias reais não significa que eu aceite uma soberania tirana, até porque hoje em dia as monarquias são apenas figuras representativas, elas não exercem o poder de fato no governo de seus países.

Um casamento como o de William e Kate nos dia de hoje, representa muito mais a realização de um conto de fadas, do que um ato político em si. É claro que por ser uma monarquia, o casal terá uma representatividade de poder, William será rei um dia e Kate sua rainha, mas suas decisões não afetarão o país da mesma maneira que as decisões do primeiro ministro.

Lembrando que por ser um evento da monarquia, alguns líderes de Estado foram convidados, mas a impressão foi de que os convites foram feitos apenas aos mais chegados e simpatizantes da rainha. O primeiro ministro do Japão, Naoto Kan, e sua sua esposa receberam o convite, já o presidente os Estados Unidos, Barack Obama e sua mulher, Michelle, ficaram de fora da lista.

Talvez esse aspecto político-econômico do casamento devesse ter sido mais abordado nas coberturas da imprensa, mas houve poucos comentários a esse respeito, o que foi uma falha jornalística. Deu-se muito destaque à festa e aos detalhes da cerimônia, mas não houve uma cobertura mais social em cima, indicando de que forma essa união pode ou não interferir nas relações políticas e econômicas da Inglaterra. Aliás, deve-se ter em vista que o Reino Unido acaba de sair de uma recessão econômica e a festa foi paga majoritariamente por dinheiro público, dos cofres britânicos.

Mas enfim, a cobertura que aconteceu em cima do casamento em si, da festa, dos detalhes foi de ótima qualidade (estou excluindo aqui as inúmeras noticias inúteis que foram veiculadas durante semanas graças ao agenda setting do evento, já comentado em post anterior). A imprensa teve espaço de destaque durante todo o evento e sua importância foi reconhecida pelos organizadores e pela segurança do evento. Foram criados espaços especiais para a imprensa de todo o mundo em meio à multidão nas ruas de Londres.

Todas as gravações e matérias realizadas durante esses dias serão exibidas inúmeras vezes durante toda a história, assim como as imagens do casamento de Charles e Diana, pais do noivo, que foram veiculadas incessantemente durante esses dias.

Para quem assistiu ao vivo ao casamento, pessoalmente ou pelas tecnologias ficarão as lembranças da data (como para mim). Para quem não pôde assistir, ficam as gravações e os especiais que ainda serão exibidos por muito tempo nos veículos de comunicação.

Há quem diga que Kate, ou melhor Catherine, foi a noiva princesa mais fotografada e filmada de todos os tempos. Mas é claro, seu casamento aconteceu em 2011, em plena era de tecnologia, com câmeras digitais acessíveis a qualquer pessoa  e uma infinidade de tecnologias profissionais de gravação e imagem.

A chegada da noiva, a revelação do vestido Alexander McQueen, da estilista e diretora criativa da grife Sara Burton, a aparição de Charles com Camila, a presença da rainha Elizabeth II, o beijo oficial na sacada do Palácio de Buckingham (ou melhor, dois), a daminha de honra irritada com o barulho da multidão, o show da Força Aérea Britânica para seu funcionário da realeza, William, a saídas dos noivos em carro conversível com destino à lua de mel, todas essas pequenas lembranças é o que vai ficar.

Detalhes de um conto de fadas

Os noivos saíram da festa em um carro conversível.

A irritação da dama de honra, Grace Van Cutsem, com o barulho da multidão.

A mãe de Kate, Carole Middleto, a Rainha Elisabeth II e Camila Parker Bowles.

Charles, o pai do noivo, e Camila Parker Bowles.

Assim termino esse post e resumo esse conto de fadas. Uma impressão de ter sido um casamento mais desinibido, menos tradicionalista e até mesmo mais feliz, leve e apaixonado do que o de Diana e Charles há 30 anos. Tomara que o destino de William e Catherine (é assim que ela deve ser chamada agora), duques de Cambridge, seja mais feliz do que dos pais do noivo.

Diante de minha inspiração com o assunto, esse post renderia mais umas 5 páginas, mas como meu espaço é limitado e a paciência de vocês também pode estar se esgotando, vou me deter a essas observações sobre o casamento mais assistido de todos os tempos! Que as lembranças desse 29 de abril de 2011 fiquem guardadas nas memórias e na imprensa.

Felicidades ao casal e muita sorte a partir de agora!

Helena Ometto

Helena Ometto